“UTOPIA D – 500 anos” leva à cena trechos do livro UTOPIA, de Thomas More, publicado em 1516, em que o autor cria uma ilha-reino onde seria possível uma sociedade sem propriedade privada e sem intolerância religiosa, e as condutas sociais seriam regidas pela razão, e não pelo autoritarismo do Rei ou da Igreja. Através de um texto do século XVI, a peça faz uma reflexão sobre fatos dos séculos XX e XXI, e sobre as possibilidades da vida em sociedade hoje.
A direção de Moacir Chaves aposta em um espetáculo provocador e bem humorado, com ênfase na comunicação entre palco e plateia, em busca de uma reflexão conjunta. Para isso, convidou dois atores com muita experiência em comédia e grande desenvoltura no trabalho corporal – Josie Antello e Julio Adrião.
“UTOPIA D – 500 anos depois” nasceu do desejo de pensar a sociedade de hoje com suas crises e contradições, o que se deu através de um mergulho no livro UTOPIA, do filósofo inglês Thomas More (1478-1535), publicado em 1516.
Partindo deste texto do século XVI, contraposto a fatos dos séculos XX e XXI, Moacir Chaves pretende fazer uma reflexão sobre as possibilidades da vida em sociedade, do sentido e necessidade da repressão como mola mestra das condutas humanas.
“Estamos vivendo tempos difíceis, principalmente do ponto de vista sócio-político. Nunca, como vem acontecendo atualmente, a população brasileira se questionou tanto ou se posicionou tão veementemente sobre a nossa estrutura política, a ética, os direitos humanos e civis, as instituições religiosas, corrupção. É incrível como um texto escrito há exatos 500 anos torna-se agora mais atual do que nunca. Nos dias de hoje, tornaram-se não só importantes como necessárias as reflexões propostas por Thomas More. E foi por isso que optamos pela releitura desse clássico, no momento em que ele completa 500 anos. E é isso o que pretendemos com esse espetáculo: Fazer o público refletir sobre a sua realidade através do reconhecimento, da crítica e, muitas vezes, da ironia embutida em tudo isso.”, explica o diretor.
O diretor Moacir Chaves traz em seu currículo espetáculos reconhecidos e premiados como “Dom Juan”, com Edson Celulari e Cacá Carvalho; “Inutilezas”, com Bianca Ramoneda e Gabriel Braga Nunes; “Por um Fio”, de Drauzio Varela; “O Altar do Incenso”; com Marília Pêra e Gracindo Jr; e “A Lua Vem da Ásia”, com Chico Diaz, entre outros tantos. É considerado pelo crítico Nelson de Sá (Folha de São Paulo) como “uma autoridade na transposição de textos não teatrais para o palco”. Esta é a segunda vez que o diretor trabalha com o livro de Thomas More – em 2005, durante sua gestão no Teatro Maria Clara Machado, montou um outro espetáculo, com trechos do livro, chamado somente “Utopia”.